Alguns homens passam pela vida sem deixar rastros profundos, enquanto outros, como verdadeiras tochas, deixam marcas indeléveis por onde passam, dignas de serem seguidas por nós, meros espectadores. Infelizmente, muitas dessas marcas deveriam ser amplamente propagadas pela imprensa, mas são ocultadas aos olhos do mundo. Por isso, faço minhas as palavras de Jesus: “Se eles se calarem, as pedras clamarão” (Lc 19,40). Neste artigo, busco partilhar um pouco da vida de dois grandes baluartes da Igreja Católica Apostólica Romana: Padre Tiago Menelli, da Diocese de Jataí, e Padre Luiz Augusto Ferreira da Silva, da Arquidiocese de Goiânia.
Esses dois sacerdotes, considerados radicais por muitos, encarnam a máxima do Evangelho: “O Reino dos céus é conquistado à força, e os que se esforçam tomam-no” (Mt 11,12). Trabalhando incansavelmente para a realização do Reino de Deus na Terra, eles se doam como “velas vivas”, consumindo-se dia após dia no altar de Cristo. Essas vidas ressoam o ensinamento de São Francisco de Assis, que dizia: “Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.” A vida desses padres fala mais alto do que suas palavras, e somente aqueles que se fecham à graça de Deus se mantêm surdos a essa mensagem.
Quando Jesus disse: “Tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; era estrangeiro e me acolhestes; estava nu e me vestistes; doente e me visitastes; na prisão, e foste me ver” (Mt 25,35-36), estava se referindo a servos como esses, que vão ao encontro dos marginalizados, dos doentes e dos presos, levando o amor de Cristo aos mais necessitados. São João Bosco já dizia: “Da saúde dos corpos é que depende muitas vezes a salvação das almas.” Esse princípio é encarnado na missão desses dois sacerdotes, que se entregam à obra da misericórdia.
A vida de Padre Tiago Menelli é um exemplo vivo de serviço ao próximo. Nascido em 28 de novembro de 1930, em Massachusetts, EUA, ele veio para o Brasil em 1963 e foi ordenado sacerdote na Diocese de Jataí em 1965. Durante seu ministério, especialmente na Paróquia Divino Espírito Santo e Nossa Senhora de Fátima, Padre Tiago dedicou-se ao cuidado dos hansenianos e tuberculosos, marginalizados pela sociedade. Com a ajuda da diocese e doações, ele fundou centros de apoio e uma clínica, que mais tarde se tornou o Hospital Padre Tiago. Seu zelo pastoral é um testemunho daquilo que São Vicente de Paulo sempre pregou: “O amor é inventivo até o infinito”.
Padre Luiz Augusto Ferreira da Silva, por sua vez, nasceu em 15 de abril de 1960, na cidade de Rio Verde (GO). Aos 19 anos, mudou-se para Goiânia, onde se formou em Letras e Direito. Mas foi em 1982, durante sua participação no grupo de oração Maria de Nazaré, que descobriu sua vocação sacerdotal. Ordenado em 1995, com o lema “Eu vim para servir e não para ser servido” (Mc 10,45), ele dedicou sua vida a servir o povo de Deus, especialmente nas paróquias Sagrada Família e Santa Teresinha do Menino Jesus. Seu trabalho incansável de evangelização e promoção social reflete o espírito de São João Maria Vianney, que dizia: “O sacerdócio é o amor do coração de Jesus.”
Atualmente, Padre Luiz continua sua missão em Aparecida de Goiânia, onde sua paróquia está em constante crescimento, tanto estrutural quanto espiritual. Sua obra é marcada por um profundo amor à Virgem Maria e uma dedicação irrestrita aos necessitados. Ele nos faz lembrar das palavras de Santa Teresa de Calcutá: “Não são as grandes coisas que fazemos, mas o amor com que as fazemos que importa.” Padre Luiz vive e proclama esse amor a cada dia.
Esses dois sacerdotes, como muitos outros espalhados pelo mundo, doam suas vidas para a implantação do Reino de Deus aqui na Terra. São exemplos vivos do que São João Paulo II expressou: “O sacerdote é o homem do sacrifício. Ele vive o mistério da cruz em sua própria carne, como sinal de Cristo para o mundo.”
Convido todos os leitores a pedirem ao Senhor da Messe que envie mais vocações sacerdotais segundo o Coração de Cristo, para que, ao contemplarmos esses homens de Deus, sejamos levados à conversão imediata, arrastados pelos seus exemplos vivos de santidade e entrega.
Nossa Senhora das Graças, rogai por nós que recorremos a vós!
Wander Venerio Cardoso de Freitas. Escritor/Teólogo.
